Precisamos falar sobre a cultura sasaeng
- Mariana Passos
- 10 de dez. de 2019
- 3 min de leitura
Na noite desta segunda (9, horário de Brasilia), por meio do seu Instagram pessoal, o cantor Youngjae, do GOT7, publicou uma mensagem pedindo para que sasaengs parassem de ligar para seu número privado durante todo o dia, afirmando que não consegue dormir porque ligam para ele a noite também.
Essa não foi a única vez que Youngjae se pronunciou publicamente contra esse tipo de incomodo. Ele falou pela primeira vez em 2016, seguido por Junho e Novembro de 2018. Em resposta ao caso mais recente, a JYP Entretainment, empresa do cantor, disse que vai tomar medidas legais. Os fãs do grupo pedem para que a agência tome medidas mais duras e subiram na manhã desta terça (10) duas hashtags: #JYPE_Protect_GOT7 e #JYPE_2본부_고소조치해. Recentemente, Nayeon, do Twice, também da JYP, vem sendo vítima de um homem que afirma estar apaixonado por ela.
Para quem não sabe, sasaengs são pessoas que se comportam de forma obsessiva, invadindo a privacidade de artistas, vendendo suas informações pessoais, como número de telefone, endereço, informações de voos e mais. Infelizmente essa cultura é comum na Coreia e poucos artistas falam abertamente sobre isso, mas aos poucos esse caso vem mudando.
Assim como Youngjae, Kai, integrante do EXO, durante uma live no Instagram neste final de semana, ameaçou chamar a polícia pois haviam sasaengs do lado de fora de seu dormitório. O cantor é outro que já se pronunciou diversas vezes sobre esse tipo de comportamento.
Ainda neste ano, durante uma transmissão no V Live, Jungkook, do BTS, recebeu uma ligação de uma sasaeng enquanto estava ao vivo e não hesitou ao bloqueá-la. Ele fez questão de explicar para os fãs o que estava acontecendo: “Um fã está me ligando. Diz aqui, ‘Você está fazendo um V-Live e eu só queria ligar pra conferir’. O que eu faço é imediatamente bloquear o número. Na verdade, eu recebo muitas chamadas de fãs sasaengs.”
Mas isso já vem de muito tempo e pode ser bastante grave se as empresas não tomarem medidas legais de fato. Em 2012, Taeyeon, do Girls Generation, foi puxada do palco por um homem, enquanto se apresentava. A líder do grupo achou que a pessoa era um membro da equipe, por isso não fez nada, mas ela foi salva por Sunny, que percebeu o que estava acontecendo. Esse caso foi considerado uma tentativa de sequestro e tudo se terminou bem para a cantora.
Porém muitas vezes não é isso que acontece. Em 2007, integrantes do Super Junior se envolveram em um acidente de carro por causa de uma sasaeng. Em entrevista para o programa Happy Together, em 2017, LeeTeuk disse que levou 30 pontos na testa e 150 em volta da cintura. Mas o membro que ficou mais grave foi KyuHyun, jogado para fora da van, sendo arrastado por cerca de 5 metros. Ele quebrou 6 costelas, fraturou o quadril e teve o pulmão perfurado. Felizmente o cantor se recuperou e voltou as atividades com o grupo 5 meses depois.
É importante não incentivar esse tipo de cultura, que pode ser gravíssima e faz com que os idols não estejam seguros. Caso veja algum comportamento de sasaengs pelas redes sociais, junte as provas e mande para o email da empresa do artista. Claro que as próprias agências também têm que tomar medidas legais mais duras, para que não aconteça casos extremamente graves. Lembrando que os idols também são pessoas comuns e merecem ter a sua privacidade respeitada.
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